domingo, 5 de fevereiro de 2012

“A Amnye Machen” Por: O Planalto é o meu Lar*


Ainda que nunca tenha te visto
Ainda que nunca tenha estado ao teu lado
Conheço teu verdadeiro valor
Erguida firme no espaço sem limites entre o céu e a terra

Em tua fronte venerável que atravessou milhares de anos
Estão os flocos de neve pura brilhando ao sol no planalto
Sob teus pés enormes, pacíficos e suaves
Chega o som de orações cantadas para ti pelos pastores do planalto

Tu és uma das nove montanhas sagradas do Tibete
Tua fama está firmemente instalada no  mundo
Tu és o Darma defensor de Amdo
Teu bom nome é amplamente conhecido
 
No entanto, hoje, as rodas da ganância
Estão correndo por teus prados, entrando diretamente por baixo de teus pés
Levando bombas, caminhões e escavadeiras
E outras ferramentas estranhas que são usadas pelos demônios
Para escavar as gemas ocultas do teu corpo

O povo que te guarda há milhões de anos
É incapaz de te proteger
Eles só podem suportar em silêncio
Sua única opção é esperar sem nada poder fazer
 
Um dia eles serão forçados a te deixar
Dizendo adeus entre lágrimas ao teu lindo e cálido abraço. Para onde irão?
Serão colocados nas bordas do deserto ermo

E sobre nossa sagrada Amnye Machen
Os rebanhos brancos de ovelhas nunca mais serão vistos
A canção dos pastores nunca mais será escutada
Essa gente indecentemente gananciosa logo te atacará sem piedade
 
N.do T.: * O Planalto é o meu Lar” é o pseudônimo escolhido pelo autor. Devido à situação de perseguição imperante no Tibete, os escritores, intelectuais e a população em geral devem ocultar seus nomes para evitar represálias.



Traduzido para o espanhol por Aloma Sellanes
Traduzido para o português por Jeanne Pilli e Ieda Abreu

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