JOHANNESBURG (AP) - O Dalai Lama criticou a China neste sábado, acusada de bloquear sua viagem à África do Sul para celebrar o aniversário de 80 anos do Arcebispo Desmond Tutu.
O líder espiritual tibetano falou com Tutu e respondeu às perguntas através de vídeo-conferência, já que não pôde estar presente no evento homenageando o herói anti-apartheid da África do Sul, um dia depois de seu aniversário. Tutu perguntou ao Dalai Lama por quê a China - gigante mundial e principal parceira comercial da África do Sul teme seu colega laureado com o Nobel da Paz.
O Dalai Lama, sentado em uma sala decorada com orquídeas e cortinas de seda em sua casa, em exílio na Índia, no início foi divertido. Ele disse que a propaganda comunista o retratou como um demônio, levando seus dedos indicadores as têmporas.
"Sim, eu tenho chifres", disse ele, tirando risos de Tutu e de outros de que o viam em uma tela de vídeo na Universidade de Western Cape, perto da Cidade do Cabo. O encontro foi transmitido ao vivo pela internet, mas não pela televisão estatal sul-Africano como esperado.
O Dalai Lama falou aos oficiais comunistas e de outros sistemas totalitários "dizer mentiras infelizmente se tornou parte de suas vidas." Ele disse que "incomoda" as autoridades chinesas porque diz a verdade.
Ele acrescentou que o povo chinês deve ser capaz de ouvir suas opiniões e julgar por si mesmos.
"A censura é imoral", disse ele.
Ele também pediu reformas legais na China.
"O sistema judiciário chinês deve elevar-se aos padrões do direito internacional", disse ele.
O Dalai Lama no início desta semana cancelou sua visita a África do Sul depois de esperar semanas por um visto. Autoridades Sul-Africanas negam terem se paralisado por pressão da China, que acusa o Dalai Lama de ser um separatista. O Dalai Lama insiste que ele está apenas buscando maior autonomia para o Tibete.
Tutu, muitas vezes definido como consciência da África do Sul, havia chamado o Congresso Nacional Africano de pior que o antigo regime opressor do país por não conceder o visto. Tutu acusou o governo de não solidarizar-se com "tibetanos que estão sendo oprimidos violentamente pelos chineses".
Tutu, muitas vezes definido como consciência da África do Sul, havia chamado o Congresso Nacional Africano de pior que o antigo regime opressor do país por não conceder o visto. Tutu acusou o governo de não solidarizar-se com "tibetanos que estão sendo oprimidos violentamente pelos chineses".
Funcionários do Ministério de Relações Exteriores disseram que o processo de vistos foi adiado por problemas com o calendário e integridade da submissão. Funcionários dos escritórios de Tutu e do Dalai Lama negam que o pedido tenha sido feito tardiamente ou de forma incompleta.
A raiva de Tutu parecia ter apaziguado no sábado. Por mais de uma hora, dois velhos amigos reunidos pela tecnologia riram e brincaram e também trocaram opiniões sobre a política e a espiritualidade.
Tutu recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1984 por sua campanha não violenta contra o regime racista branco na África do Sul. O comitê do Nobel reconheceu o Dalai Lama em 1989 por seus esforços pacíficos para "preservar o patrimônio histórico e cultural de seu povo."
O Dalai Lama disse que não tem visto Tutu em eventos internacionais. Tutu tem viajado menos desde que se aposentou da vida pública depois de seu 79o aniversário, mas continua sendo franco.
"Eu posso ver seu rosto", disse o Dalai Lama a Tutu, olhando para um monitor. "Eu realmente me sinto muito, muito feliz."
O Dalai Lama disse que estava ansioso pelo aniversário de 90 anos de Tutu.
"Não se esqueça de me enviar um convite", disse ele. "Então, podemos testar o seu governo".
http://hosted2.ap.org/APDEFAULT/terms/Article_2011-10-08-AF-South-Africa-Dalai-Lama/id-a4f4104ff44b4e54b8f60fe3a598d36a
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