sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Os Suicídios Tibetanos - Políticas repressivas levam Sichuan ao desespero e violência

Um exilado tibetano cola em um pilar um retrato de Tsewang Norbu, 29, um monge budista que morreu segunda-feira depois de atear-se em fogo em Garze, província chinesa de Sichuan.

O Dalai Lama jejuou nesta quarta-feira em solidariedade aos tibetanos que atearam fogo a si próprios em protesto ao rígido controle do governo chinês sobre monastérios budistas. O caso mais recente de auto-imolação foi na segunda-feira, Tenzin Wangmo, uma monja de 20 anos de idade. Ela é o nono tibetano desde março a cometer esta forma de suicídio ritual.

 O suicídio de monges e monjas tem o potencial para inflamar a agitação entre a população em geral. Também chama a atenção do mundo à insatisfação entre os tibetanos com relação à tentativa em curso de Pequim de controlar a seleção do próximo Dalai Lama.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores disse ontem que as autoridades tomariam medidas duras para manter a "ordem social normal." Monges e monjas estão sendo forçados a participar de sessões de "reeducação patriótica". Mais tropas estão se dirigindo para as áreas mais problemáticas - as partes tibetanas da província de Sichuan, como Ganzi Aba.

 Que efeito isso terá é outra questão. Gastos em segurança pública em Ganzi e Aba foram anormalmente elevados desde 2002, subindo novamente em 2006 e 2007, de acordo com um relatório da Human Rights Watch. Após a primeira imolação em março, o monastério de Kirti foi sitiado e o acesso a comida e água foi cortado por vários dias. Os novos oficiais de segurança enviados para o monastério em 21 de março impuseram uma nova campanha compulsória de "educação patriótica". Portanto não é surpreendente que sete dos últimos casos de auto-imolação estejam ligados a Kirti.

Os políticos com visão mais ampla em Pequim podem aprender algo ao estudarem os suicídios recentes e suas causas. As políticas duras de Wang Lequan e Zhang Qingli, até recentemente os secretários do partido de Xinjiang e do Tibete, respectivamente, só conseguiram sucesso em aumentar a resistência ao domínio chinês. Agora os mesmos métodos estão espalhando inquietação para áreas tibetanas fora do Tibete. Se o governo não repensar suas táticas violentas, o custo em vidas perdidas continuará a subir.

http://online.wsj.com/article/SB10001424052970204485304576642722217633898.html 

Nenhum comentário:

Postar um comentário